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Do Advento ao Natal, Sob o Signo da Misericórdia2015-12-04
1. O Advento, que começou Domingo, assinala o começo de um novo Ano Litúrgico. Este tem dois pontos fundamentais: a Páscoa e o Natal. A Páscoa é preparada com a Quaresma; o Natal, com o Advento. Ao domingo, a leitura da Palavra de Deus distribui-se por três ciclos, denominados: Ano A, Ano B, Ano C. No Ano A, ao domingo, no Evangelho predominam textos de S. Mateus; no B, de S. Marcos; no C, de S. Lucas. O ano que agora principia é o C. 2. A celebração do Advento tem uma dupla finalidade: lembrar-nos a vinda do Senhor com a Sua Boa Nova (Natal) e fazer-nos refletir na Sua segunda vinda no fim dos tempos, recomendando que, entretanto, ponhamos em prática essa Boa Nova, para não sermos encontrados a dormir. Distribui-se por duas etapas: antes e depois de 17 de dezembro. Na primeira fala-se muito da segunda e definitiva vinda de Jesus, no fim dos tempos, como Senhor do Universo. Na segunda, a preparação do Natal fixa-se nos antecedentes próximos do nascimento de Jesus e na figura da Virgem Maria, com as antífonas do Ó, na Liturgia das Horas. Celebrar o Advento é tomarmos consciência de que Jesus veio como Salvador e Redentor; está connosco sacramentalmente, na Sua Palavra, nas assembleias reunidas em Seu nome, nos outros; virá encontrar-se connosco para nos associar ao Seu triunfo definitivo. 3. São caraterísticas do Advento a sobriedade e a discreta alegria. Não se canta o Glória, para que na festa do Natal os fiéis se unam aos anjos e entoem este hino como algo novo, dando glória a Deus pela salvação que realiza no meio de nós. Recomenda-se que flores e instrumentos musicais sejam usados com moderação, "para que não seja antecipada a plena alegria do Natal de Jesus". As vestes litúrgicas (casula e estola) são de cor roxa, como sinal de conversão. No terceiro domingo, da Alegria, pode usar-se o paramento cor rosa. 4. A vivência do Advento pode levar a uma melhor e mais assídua participação na Eucaristia. Pode levar a que se preste mais atenção à leitura da Palavra de Deus e à oração individual, em casal, em família. Pode levar a que se celebre, com calma, o Sacramento da Reconciliação, com a certeza de que o melhor presépio a preparar é o coração de cada um de nós. 5. Coincide a celebração do Advento com o início do Ano Santo da Misericórdia, previsto para 08 de dezembro. É um convite a que tomemos, mais uma vez, consciência da misericórdia de Deus para connosco e do dever de, como Deus, sermos misericordiosos uns para com os outros. Ao falar da misericórdia de Deus o Papa Francisco salienta a confiança no perdão de Deus e recomenda que saibamos perdoar como Deus perdoa: sempre e com alegria. «Como parece difícil, tantas vezes, perdoar!», escreve o Santo Padre na Bula de proclamação do Ano Santo. E, no entanto, acrescenta, «o perdão é o instrumento colocado nas nossas frágeis mãos para alcançar a serenidade do coração. Deixar de lado o ressentimento, a raiva, a violência e a vingança são condições necessárias para se viver feliz». E cita S. Paulo, na Carta aos Efésios: «Que o sol não se ponha sobre o vosso ressentimento». Nunca adormecer sem fazer as pazes, tem recomendado insistentemente. Salienta também a obrigação de sabermos ir em socorro dos outros, praticando as catorze obras de misericórdia: «Abramos os nossos olhos para ver as misérias do mundo, as feridas de tantos irmãos e irmãs privados da própria dignidade e sintamo-nos desafiados a escutar o seu grito de ajuda. As nossas mãos apertem as suas mãos e estreitemo-los a nós para que sintam o calor da nossa presença, da amizade e da fraternidade. Que o seu grito se torne o nosso e, juntos, possamos romper a barreira de indiferença que frequentemente reina soberana para esconder a hipocrisia e o egoísmo». Bom Advento, para um Santo Natal vivido na Misericórdia do Pai Pe. Alfredo Domingues de Sousa, Pároco