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Mensagem do Senhor Dom Anacleto Oliveira à Diocese de Viana do castelo para vivência da Quaresma e da Páscoa de 20152015-02-18
1. Na sua mensagem para a Quaresma deste ano, o Papa Francisco desafia-nos à luta contra a atitude egoísta da indiferença, que, segundo ele, “atingiu uma dimensão mundial tal que podemos falar de uma globalização da indiferença” – um mal-estar em que qualquer um de nós pode cair: “Encontrando-me relativamente confortável, esqueço-me dos que não estão bem.” É uma luta que se enraíza na nossa fé em Deus, a fé que somos convidados a aprofundar neste tempo favorável (2 Cor 6,2) da Quaresma e da Páscoa, em que Deus nos mostra como “não Lhe é indiferente o mundo, mas ama-o até ao ponto de entregar o seu Filho pela salvação de todo o homem.” É uma luta em que se deve envolver a toda a Igreja, consciente de que se um membro sofre, com ele sofrem todos os membros (1 Cor 12, 26); as paróquias e as comunidades, nas quais Deus continua a interpelar-nos: Onde está o teu irmão? (Gn 4, 9); cada um dos cristãos, em resposta ao convite: Fortalecei os vossos corações (Tg 5,8). É uma luta que, segundo o Papa, reverte também em favor de quem nela se envolve: “A necessidade do irmão recorda-me a fragilidade da minha vida, a minha dependência de Deus e dos irmãos”, e ajuda-me a “resistir à tentação diabólica que nos leva a crer que podemos salvar-nos e salvar o mundo sozinhos.” É uma luta que pode ter uma das suas expressões mais concretas na “ajuda, com gestos de caridade, tanto a quem vive próximo de nós como a quem está longe (…), através de um sinal – mesmo pequeno, mas concreto – da nossa participação na humanidade que temos em comum.” 2. É nesta luta contra a indiferença que inserimos o contributo penitencial deste ano, fruto da renúncia quaresmal dos cristãos da nossa Diocese. Nesse sentido, e por sugestão do Conselho Presbiteral, será destinado, em partes iguais, para dois fins: - O Projeto + Criança – Apoio à Rede de 25 Centros de Recuperação Nutricional da Igreja Católica na Guiné-Bissau. É um programa conduzido pela Fundação Fé e Cooperação (da Conferência Episcopal Portuguesa), em colaboração com as duas Dioceses de Guiné-Bissau, com o qual são atendidas, por ano, mais de 60.000 crianças. - O restauro do Centro Pastoral Paulo VI, o edifício diocesano mais usado para a formação e a vivência de espiritualidade cristã e cujas obras já estão em curso. São dois destinos que se integram no projeto pastoral em curso na nossa Diocese: a comemoração dos 500 anos do nascimento do Beato Bartolomeu dos Mártires, que tanto contribuiu e está a contribuir para o sentido de Igreja diocesana que somos; e a reflexão sobre as crianças, que somos convidados a acolher como bênção do Senhor para a família, a sociedade e a Igreja. Procuremos responder com coragem e generosidade ao desafio que nos é lançado. Viana do Castelo, 15 de Fevereiro de 2015 (no XXXVII Encontro Diocesano de Pastoral Litúrgica) † Anacleto Oliveira (Bispo de Viana do Castelo)