A imagem de marca do Pentecostes é esta das línguas, à maneira de fogo, que se iam dividindo e poisou uma sobre cada um dos Apóstolos, com um efeito surpreendente: começaram a falar outras línguas, de modo que, entre a multidão dos povos, cada qual os ouvia falar na sua própria língua e a proclamar com desassombro as maravilhas do Senhor. Este é hoje o grande desafio da missão e da transmissão da fé: anunciarmos o Evangelho falando a linguagem de cada pessoa, de cada povo, de cada cultura, valorizando a idade e capacidade, a riqueza e originalidade, a harmonia na diversidade.
Votos de um Santo Domingo de Pentecostes de uma semana abençoada!
Vinde, ó santo Espírito, vinde, Amor ardente,
acendei na terra vossa luz fulgente.
Vinde, Pai dos pobres: na dor e aflições,
vinde encher de gozo nossos corações.
Luz de santidade, que no Céu ardeis,
abrasai as almas dos vossos fiéis.
Sem a vossa força e favor clemente,
nada há no homem que seja inocente.
Da língua materna à língua gestual, eis-nos perante uma nova língua emergente: a língua digital. É a língua dos chamados nativos digitais, dos que já nasceram e cresceram com as novas tecnologias. Preferem a imagem à leitura e dizem tudo num simples tweet, que não excede 140 caracteres. Ora não é fácil passar o anúncio do Evangelho por este crivo da web e das redes sociais. Mas é um grande desafio que temos pela frente, para que a linguagem antiga da fé seja sempre nova e decifrável pelo software mental dos tais nativos digitais. Este é um novo campo de missão e, por isso, os jovens são virtual e realmente os mais capazes de evangelizar outros jovens. É preciso, pois, que eles empurrem a Igreja para a frente, para remar com toda a força, nesta nova rede de navegação, que não podemos mais amainar. E aqui apetece-me suplicar como o Papa Francisco dirigindo-se aos jovens: Que o Espírito Santo vos empurre nesta corrida para a frente. A Igreja precisa do vosso entusiasmo, das vossas intuições, da vossa fé. Fazeis-nos falta! E quando chegardes onde nós ainda não chegámos, tende paciência para esperar por nós (CV 299). Esta é a nova língua, a língua digital, que se tornou também para a missão da Igreja, uma nova língua oficial. (PNSH)